sábado, setembro 30, 2006

Torre dos Clérigos ou Torre Sagres?


Ontem, numa mesa de um pub sueco, o Harris, único sítio onde se pode beber uma cerveja depois das seis da tarde, em Värnamo, e desde que o nosso BI comprove que somos maiores de idade, conheci um chileno que esteve em Portugal durante alguns meses. Pelo que me disse, ficou apaixonado pelo Porto, e quando lhe perguntei do que mais tinha gostado falou-me na Foz e na Torre dos Clérigos. Não pude deixar de sorrir ao ouvi-lo falar com tanto entusiasmo da cidade de todos nós... De repente, lembrei-me que a última vez que tinha olhado para a Torre dos Clérigos, ela estava transformada em Torre Sagres... Não pude esconder esse facto do meu interlocutor. Quando a nossa torre voltar a ser como era, avise-me, Sr. Presidente Rui Laranja.

ainda sobre o liberalismo


O Liberalismo vê ainda no socialismo a base de um sistema político completamente avesso aos princípios da iniciativa privada e da propriedade privada. É essencialmente demagógico na medida em que tenta implantar uma igualdade social entre homens de natureza desigual, é fundamentalmente injusto porque premeia o capaz e o incapaz, o útil e o inútil, o trabalhador e o preguiçoso. Reduz a sociedade ao nível da pobreza e, graças à igualdade e à política de salários equivalentes, acaba por estimular a inércia e provocar a baixa da produção. Ao excluir os ricos da sociedade, perde a sua elite dinâmica e o seu sector mais imaginativo, passando a ser conduzida por uma burocracia fiscalizadora e parasitária.
E para terminar este post que se pretendia curto, nada melhor do que lembrar de Thomas Maltus (1766-1834), defensor acérrimo do liberalismo e figura popular no início do séc XIX, que afirmava que o estado devia limitar-se a proteger os mais ricos, recusando qualquer ajuda aos mais pobres. O único conselho que dizia poder dar a essa gente era que não se reproduzissem.

a propósito do liberalismo... (1)

Depois de ler um post publicado num blog amigo sobre a posição do liberalismo em relação às greves, achei interessante partilhar estas ideias inerentes a este conceito.
Para o liberalismo:
• A sociedade é o cenário da competição, da concorrência. Se aceitamos a existência de vencedores, devemos também concluir que deve haver perdedores. A sociedade teatraliza, em todas as instâncias, a luta pela sobrevivência. Inspirados no darwinismo, que afirma a vontade do mais apto, concluem que somente os mais fortes sobrevivem, cabendo aos fracos conformarem-se com a exclusão natural, os quais, por sua vez, não devem ser atendidos pelo Estado de Bem Estar, que estimula o parasitismo e a irresponsabilidade, mas sim pela caridade, através de associações e instituições privadas, que amenizam a vida dos infortunados. Qualquer política assistencialista mais intensa leva os pobres para os braços da preguiça e da inércia. Deve abolir-se o salário mínimo e os custos sociais, porque falsificam o valor da mão-de-obra, encarecendo-a, pressionam a subida de preços e geram a inflação
• A solução para todos os problemas da sociedade está no mercado. É ele quem tudo regula, faz subir ou baixar os preços, estimula a produção, elimina o incompetente e premeia o sagaz e o empreendedor. Ele é o deus perfeito da economia moderna, tudo vê e tudo ouve, omnisciente e omnipresente. O seu poder é ilimitado e qualquer tentativa de o controlar é um crime de heresia, na medida em que é ele que fixa as suas próprias leis e como devem ser seguidas. O mercado é um deus, um deus calvinista que não tem contemplação para os fracassados. A falência é a sua condenação. Enquanto reserva um lugar no Éden para aqueles que são bem sucedidos.

sexta-feira, setembro 29, 2006

A desonra

"Entre a desonra e a guerra, eles escolheram a desonra, e terão a guerra".

Winston Churchill


http://www.yale.edu/lawweb/avalon/imt/munich1.htm

Por que mentimos, então?

«Quem conta uma mentira raramente se apercebe do pesado fardo que toma sobre si; é que, para manter uma mentira, tem de inventar outras vinte».

Swift

(Acho que, muitas vezes, falamos mesmo verdade a mentir...)

quinta-feira, setembro 28, 2006

ele vem aí...


Caíram as primeiras gotas de chuva em Värnamo, desde que cá estou.. Dizem os nativos que é sinal que o Verão já passou mesmo e que o Outono tradicional, leia-se chuvoso e frio, se aproxima. Os meses críticos para a sociedade sueca estão agora a começar. Não, não falo do novo governo conversador eleito há uma semana, mas antes das depressões e tentativas de suicídio. Se conseguir sobreviver a isso, porque vou conseguir, irei torturar-vos com comparações estúpidas entre o meu país de acolhimento e o meu país de origem!
Como me dizem por aqui: "Tack! hej daº!"

quinta-feira, setembro 21, 2006

primeiras palavras em sueco

Jag heter Ricardo,
jag kommer fran Portugal,
jag talar portugisiska och tyska.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius De Moraes