quinta-feira, agosto 17, 2006

Algures em Lisboa

Encontrava-me na fila de um supermercado, pacientemente à espera da minha vez para pagar uns quantos mantimentos, quando vejo entrar três jovens de raça negra que se dirigiam para o sector dos snacks e das bebidas. A funcionária que se encontrava na caixa premiu um botão que fez soar uma estrondosa campainha, aparecendo de imediato uma outra funcionária a questionar, por gestos, a razão do alarme. “Entraram três! Foram para ali!”, apontado para a secção onde estavam os jovens. Estes, completamente alheios à situação, seleccionaram os produtos que pretendiam adquirir, dirigiram-se para a caixa e esperaram, como qualquer outra pessoa.
Ao presenciar tal cena, questionei-me sobre as razoes que poderão estar na base da atitude da mulher da caixa. Será que ela conhecia os jovens e os seus antecedentes criminais? Se sim, por que razão não agiu discretamente, em vez de fazer com que todos os outros clientes da loja ficassem a olhar para os jovens com aquele ar de reprovação?
Do que eu gostava mesmo era poder seguir essa senhora, esperar que ele entrasse em qualquer superfície comercial, e utilizar a mesma táctica de alarme por ela posta em prática. As minhas palavras iriam ser: “Entrou uma! Foi para a zona de roupa interior e dos massajadores faciais!”
Esta senhora é preconceituosa, tem cabelo louro, um metro e sessenta de altura e olhos claros. Tem pronúncia sulista e, na altura do acto aqui descrito, trazia uma bata do minipreço e chinelos brancos. Quem a encontrar é favor de a levar à presença do Dr. Cravinho que ele saberá o que fazer em seguida.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Quem o diz é a Human Rights Watch

A organização de direitos humanos norte-americana tem vindo a acompanhar no terreno a ofensiva em curso.

Num relatório divulgado hoje, a Human Rights Watch diz que o Estado judaico não distingue os civis de alvos militares.

"Encontrámos um elevado número de civis feridos e mortos devidos aos ataques israelitas no Líbano. Mais uma vez, confirmamos que Israel atacou casa de civis, carros de civis, sem que estes estivessem juntos a alvos militares", relata Peter Boucktet.

"É uma violação das leis da guerra. Israel tem de distinguir alvos civis de alvos militares e isto tem sido uma constante no conflito do Líbano," acrescenta.

Quanto ao ataque de Canã, que no passado domino provocou a morte de mais de 60 civis - metade crianças - a organização desmente Israel e diz não ter provas de que o Hezbollah tenha usado civis como escudos.

Será que perante esta notícia devemos encolher os ombros e refugiarmo-nos atrás da frase "Não podemos ver as coisas só para um lado"? Eu prefiro condenar veemente as forças israelitas pelos massacres diários contra civis. Estão à vista de todos. E aqueles que tentarem analisar este conflito menosprezando este aspecto, estão mais do que preparados para se alistarem no exército do senhor Olmert.

Para fugir ao consenso


Pela primeira vez em cerca de 45 anos, Fidel Castro afasta-se do poder em Cuba, delegando no seu irmão Raul o leme do país. Esta atitude cria a ideia de que a queda definitiva de Castro está para breve, apesar de ele ter reforçado o advérbio “provisoriamente” na declaração lida ao país pelo seu secretário particular. Esta notícia desencadeou reacções bastante distintas. Nos E.U.A vimos exilados cubanos a festejar a queda do líder cubano, em Havana a população juntou-se para apoiar Fidel, desejando a sua rápida recuperação. Fidel chega ao poder em 1976, depois de ter liderado uma guerrilha que derrotou o exército do ditador Fulgêncio Batista, que havia chegado ao poder através de um golpe de estado patrocinado pelos Estados Unidos, situação muito semelhante ao que aconteceu no Chile a 11 de Setembro de 1973.
A existência de um partido único, de uma polícia repressiva e a aplicação de penas duras a opositores ao regime eram a base do regime de Castro. Liberdade de expressão era palavra cujo significado os cubanos não estavam autorizados a conhecer, e a imprensa tinha de obedecer a determinados critérios pré-estabelecidos pelo estado. Sob este ponto de vista a palavra que melhor assenta em Fidel é ditador. No entanto compará-lo com alguns dos ditadores dos regimes do Médio Oriente parece-me imprudente e revela um certo preconceito histórico.
Apesar de não ser difícil ser opositor ao regime anti-democrático que ainda existe em Cuba, parece-me que os progressos que por lá se registaram, principalmente no que à saúde e ensino dizem respeitam, merecem uma reflexão atenta, por parte de alguns países tidos como desenvolvidos. Só por curiosidade, em 1988 Fidel Castro foi o primeiro chefe de estado a receber a medalha da “Saúde para todos” da Organização Mundial de Saúde. Na educação, Fidel apostou na alfabetização da população e no desenvolvimento de universidades, o que levou à formação em grande número de médicos, desportistas e economistas de grande valor. Num estudo datado de 2000 assinado pela UNESCO, a taxa de alfabetização em Cuba é das mais altas da América Latina.
As relações entre Cuba e os E.U.A merecem também alguma reflexão, mas isso ficará para outro post…

quarta-feira, agosto 02, 2006

Quem diz o quê?

Encontrei esta citação na imprensa:

"Estamos determinados a sair vitoriosos desta batalha. Temos de estar preparados para a dor, as lágrimas e o sangue. Estamos ainda dispostos a pagar o mais pesado dos preços: a morte."

Quem terá proferido tal afirmação?
a) Osama bin Laden
B) George W. Bush
c) Nasrallah
d) Ehud Olmert

terça-feira, agosto 01, 2006

a censura e o regime


Um estudo publicado no Público, no passado domingo, sobre a censura na Internet permite tirar algumas conclusões. Se atentarmos na lista fornecida pela Amnistia Internacional, encontramos países como Cuba e Bielorússia, Irão, Síria, China, etc. Os limites impostos por estes países no acesso à informação e na liberdade de expressão on-line são concretizados através da instalação de salas de chat monitorizadas, ciber-cafés vigiados e necessidade de autorização para possuir computador. Além disso, vários bloggers e jornalistas foram já presos pelo que publicaram on-line, pois o conteúdo dos seus textos desagradou aos governos dos seus países. Todos estes países têm algo em comum. São países onde a liberdade e os direitos do homem são diariamente postos de parte, em alguns deles em nome do “estado” e noutros em nome de “deus”. Mas enquanto isto acontece, os verdadeiros defensores da liberdade de expressão têm de levar com aqueles que olham para os regimes aqui referidos com admiração ou que dizem que a vida no seio dos mesmo também tem coisas muito boas…

io sono della Juve

A maior confissão religiosa em Itália é, a seguir à religião católica, a JUVENTUS! Ligada ao escândalo de manipulação de resultados, a “vecchia signora” foi atirada para a Série B, ao contrário do que aconteceu com os outros clubes envolvidos. Não quero pensar nas razões, ou nas provas, que estão na base desta diferença de tratamento, no entanto estou certo de que “la Juve” nunca deixará de ser o maior clube italiano.
Porque os dirigentes e jogadores passam, mas o clube fica, e porque só o clube é digno de adoração e paixão, serei eternamente “bianchonero”.