sexta-feira, abril 07, 2006

Torhüterfrage II


Jürgen Klinsmann afirmou hoje, segundo a revista Kicker, que a baliza da selecção alemã será ocupada, no campeonato do mundo que tem lugar na Alemanha, por Lehmann. Esta decisão foi tomada por toda a equipa técnica, estando na sua base o argumento de que Lehmann se integra melhor na filosofia de jogo da equipa. Se a decisão em si é questionável, o que dizer do timing da mesma? Em primeiro lugar, não me parece sensato que o seleccionador de um país se ponha, a 2 meses do arranque do campeonato do mundo, a construir o seu onze inicial em praça pública. Ele pode ter tudo já praticamente decidido, mas essas informações devem estar na posse exclusiva da equipa técnica. Além disso esta decisão é perigosa para a própria selecção! Lehmann, apesar de estar a passar por um bom momento, é um guarda-redes sem voz dentro de campo, isto para além da sua falta de regularidade. Mas mesmo aceitando a decisão de Klinsmann, pois ela é soberana, o que irá acontecer caso Lehmann se lesione? É que perante esta precipitação do seleccionador alemão, correm já rumores, na cidade de Munique, de que Oliver Kahn irá abandonar a Nationalmannschaft antes do campeonato do mundo. É certo que a selecção alemã tem boas soluções para a baliza, mas não seria mais confortável para Klinsmann poder contar com os melhores? Então porquê esta precipitação?

"Torhüterfrage"


Muito se tem discutido nos últimos dias, na Alemanha, acerca do nome que deve ocupar a baliza da “Nationalmannschaft” no campeonato do mundo que se aproxima. Esta discussão iniciou-se depois de Oliver Kahn ter sido mal batido, isto segundo alguns, no jogo que opôs o F.C.Bayern ao F.C.Köln. Quem está mais ou menos atento ao futebol alemão, sabe que esta discussão já não é propriamente nova. Pouco antes de se dar o pontapé de saída para o Euro 2004, Lehmann, o eterno suplente de Kahn, reivindicou para si a titularidade da baliza da selecção, utilizando argumentos extra futebol para justificar a sua posição. Com o início da competição, a poeira assentou e Kahn ocupou o lugar que lhe pertence na baliza alemã, continuando Lehmann a ser o número dois.
Ora a poucos meses de se iniciar a competição futebolística mais importante do mundo, que por sinal até se realiza na Alemanha, volta a falar-se do mesmo assunto. O que mais me espanta, e ao mesmo tempo revolta, é a posição parcial dos media alemães, que parecem liderar um movimento que pretende colocar Lehmann como titular da equipa germânica no mundial. Todos conhecem a personalidade e os modos, por vezes menos próprios, de Oliver Kahn, ainda assim, não me parece difícil reconhecer que ele é em tudo superior ao “Torhüter” do Arsenal.
Seria de todo o interesse, para o futebol alemão, perceber o que se está a discutir! Kahn e Lehmann são, a meu ver, em quase nada comparáveis. Kahn calar-se e deixar falar o seu brilhante curriculum e a sua regularidade. Já Lehmann vê com bons olhos este tipo de discussão, pois o seu curriculum pouco mais ocupa do que o curriculum de Ricardo, e regularidade é palavra proibida ao classificar as suas performances. Contudo, ambos têm 36 anos! E o futuro da baliza da selecção alemão não passa, com certeza, pelas suas luvas! Hildenbrand, Enke e Rensing têm valor e merecem uma oportunidade. Klinsmann tem mais um problema entre mãos.