segunda-feira, julho 31, 2006

Miss Johnny

Porque sei que gostas... E porque eu gosto também.

quinta-feira, julho 27, 2006

Mais uma do Rui Laranja

Juntos no RIVOLI!

Serviço Públio/Não privado

Os abaixo-assinados, cidadãos do Porto, cidadãos do Mundo, incapazes de aceitar passivamente a prepotência e a mais preocupante cegueira política, opõem-se veementemente à decisão recentemente comunicada pelo Presidente da Câmara Municipal do Porto de concessionar a «exploração» do Rivoli Teatro Municipal a entidades privadas. Quando, há quase dez anos, o Rivoli Teatro Municipal reabriu as suas portas, fazia-o com um objectivo muito preciso: dar finalmente corpo, na cidade do Porto, à ideia de um Teatro Municipal contemporâneo, de vocação multi-disciplinar, aberto à inteligência, motor de conhecimento e criatividade, capaz de ajudar a caracterizar o Porto como cidade cosmopolita, como uma das grandes cidades europeias. Ler mais

Um espaço para onde convergiram as diferentes linguagens, todos os tipos de públicos, os maiores nomes, bem como os novos artistas, os principais festivais da cidade, motores de toda uma dinâmica que se pretendia continuar e desenvolver, envolvendo mais e mais vozes e protagonistas. O papel insubstituível do Estado – seja o estado central seja a administração autárquica – na criação e manutenção de espaços de crescimento e afirmação das artes performativas (por definição, as mais sociais das artes) é um dado civilizacional de base que não é questionado em nenhum país ocidental. Tal como, de resto, o papel das artes e das correlativas actividades culturais na afirmação de maturidade de uma comunidade, ou ainda na sua afirmação plena nos contextos nacional e internacional. Não é pois possível aceitar que a decisão unilateral de um edil – uma decisão que equivale, pelo absurdo, à de arrasar todas as árvores da cidade, invocando o respectivo, necessariamente elevadíssimo custo de manutenção (porque os números, como sabemos, são sempre muito facilmente manipuláveis) – comprometa irremediavelmente um equipamento que, pela sua pertença à cidade, é público por natureza. Numa altura em que o esforço de todo o País deve, como condição de sobrevivência, orientar-se para a educação e para a qualificação, numa altura em que a invenção e a afirmação de uma consciência cidadã são factores críticos de desenvolvimento de uma sociedade que enfrenta desafios novos, esta decisão do Presidente da Câmara Municipal do Porto é inaceitável por razões cívicas e culturais básicas, é medíocre enquanto decisão política e é sinal de uma prática política definida pela arrogância de impor uma curteza de vistas pessoal a toda uma comunidade. No preciso momento em que a rede de Teatros Municipais cresce por todo o País e em que se torna imperioso definir e estabilizar um quadro de cooperação entre os níveis nacional e local que lhes permita serem eficazes na sua missão, o exemplo dado pela segunda cidade do país é desastroso e envergonha quem vê a cidade como algo mais do que uma paróquia. Por estas e muitas outras razões que poderíamos aqui avocar, exigimos a simples anulação desta decisão e o lançamento imediato de uma discussão pública sobre as formas de gestão, financiamento, programação e mediação cultural de um Teatro Municipal digno desse nome e à altura de uma cidade como o Porto.

http://www.juntosnorivoli.com/

quarta-feira, julho 26, 2006

Israel atinge posto da ONU no Líbano

As forças israelitas atingiram hoje o posto da ONU em Khiam, cidade situada no sul do Líbano. Este incidente vem contrariar a tese usada vezes sem conta pelas forças de Israel que, aquando da destruição premeditada de infra-estruturas civis, usam o argumento de que estas serviriam para albergar elementos do hezbollah, como se isso justificasse alguma coisa, ou de que os elementos desta milícia se misturam com a população com o intuito de provocar mais mortos entre os civis. Depois disto, é caso para perguntar ao governo de Israel se tinha conhecimento da presença de membros do hezbollah naquele posto, ou se acharam que esse mesmo posto era pertença da organização que combatem. Estou curioso para ver as reacções das potências ocidentais e as desculpas que serão dadas pela embaixada dos estados unidos no médio oriente para justificar tal ocorrência.
Se usarmos o mesmo critério que foi usado para apelidar, e muito bem, aqueles que cometeram actos deste género contra países ocidentais de terroristas, parece-me não haver dúvidas quanto à designação a atribuir a quem cometeu este atentado. Se a isto juntarmos o número de mortos provocados por esta potência bélica que é Israel ao longo das últimas décadas, a palavra terrorista é quase um eufemismo.

terça-feira, julho 25, 2006

Fé sem moral!

A igreja católica sempre foi a organização religiosa com maior número de fiéis em Portugal. Ao longo dos tempos, esta mesma organização foi acumulando privilégios facultados pelo estado em troca de dignos serviços que visavam melhorar o sofrimento dos mais pobres. Juntamente com estas acções, algumas com resultados reconhecidos, a igreja foi ainda discursando a partir do seu altar celestial, vendendo a sua moral barata e pregando a sua doutrina secular. No entanto os discursos e a moral vendida pela igreja só são válidos para fora, regendo-se os seus “militantes” por um código de regras exclusivo, em que tudo aquilo que é condenado aos homens é permitido aos seus membros. Pior do que isso, é o abafar constante de escândalos que têm lugar dentro desta organização, de forma a não manchar a imagem pura e honrada que a igreja ainda pensa ter.
Ao reler uma notícia do público, datada de 12/10/2005, fui impotente para travar o misto de desprezo e revolta que me abarcou. Já não falo dos milhões de euros que correm nos meandros do Vaticano ou nos santuários espalhados por todo o mundo. Fico-me pela falta de decência dos membros de uma organização corrompida, oportunista e desprovida de todos os valores que serviram de base à sua formação. A revolta é ainda maior quando assisto a cerimónias públicas, como inaugurações, e encontro membros desta igreja. É tempo de seguir a nossa constituição à letra. O nosso estado é laico, e a presença da igreja católica em cerimónias oficiais deve ser banida, assim como qualquer tipo de apoios por parte do estado. O papel social desempenhado por ela não é merecedor de qualquer tipo de regalia.
Esta igreja é uma das maiores responsáveis pelo atraso intelectual em que o nosso país está mergulhado, no entanto continua a ser alimentada à custa de mentiras, falsos moralismos e da ingenuidade dos seus fiéis.

quinta-feira, julho 20, 2006

Guerra sem princípios!


Os últimos acontecimentos do Médio-Oriente conquistaram as primeiras linhas da actualidade. Havendo um sem número de opiniões sobre este assunto, considero fundamental atentar, em primeiro lugar, nestas ideias:

«É proibido utilizar, contra os civis, a fome como método de guerra. (…).É proibido atacar, destruir, retirar ou pôr fora de uso bens indispensáveis à sobrevivência da população civil». As implicações do artigo 54 do Protocolo adicional I de 1977 às convenções de Genebra [1] são claras: o bombardeamento das centrais eléctricas em Gaza pelo exército israelita, o bloqueio das populações civis e as punições colectivas contra elas são do âmbito dos crimes de guerra.

Outro princípio do direito internacional violado pela ofensiva israelita é precisado pelo mesmo Protocolo adicional: o da proporcionalidade. O texto estipula que ataques «são interditos se é previsível que causem acessoriamente perdas em vidas humanas na população civil, ferimentos nas pessoas civis ou prejuízos de bens de carácter civil que seriam excessivos em relação ao ganho militar concreto e directo esperado» [2]. Quem pode pensar um instante que o objectivo afirmado – salvar um soldado – valha estas múltiplas destruições?

Alain Gresh
Le Monde diplomatique