sábado, janeiro 13, 2007

Se nós não gostarmos de nós, quem gostará?

Bem sei que os nossos tecnocráticos governantes, como Sócrates, podem ir a França em pleno aniversário das batalhas da I Guerra em que morreram portugueses e não visitar, ou fazer qualquer coisa que lembrasse, os portugueses que lá estão sepultados. Nem ingleses, nem americanos, nem canadianos, nem franceses, nem belgas, nem alemães, lhes passaria sequer pela cabeça pôr os pés num país onde estão os seus mortos em combate sem os lembrarem.

Pode-se ir à Índia sem Vasco da Gama? Talvez possa, mas para um português, não se deve. Não digo tanto “sem Vasco da Gama”, mas “sem Goa”, sem a memória da nossa identidade que lá ficou um pouco enterrada e está a cair aos bocados. Mas mesmo que já estivesse toda no chão, enterrada por desprezos diversos, o lugar está lá, as almas estão lá num canto qualquer a assombrar-nos. A história é assim: não se pode ir à Índia com inocência absoluta, nem aliás os indianos nos responderão com inocência. A história pesa.
in abrupto

Apetece dizer: Se nós não gostarmos de nós, quem gostará?

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